Nos tempos atuais, vivemos aquele que seria o período
Antropoceno, uma era geológica definida pela influencia e impacto humano no
planeta, onde a ação do homem se mostra capaz de modificar e ate mesmo
extinguir ecossistemas inteiros. Devido a isso, surge o debate a respeito dessa
relação do homem com a natureza, e da necessidade de reformulação dessa
relação. Ewa Domanska, por sua vez, aponta para a separação da historia dos
homens e da historia natural feita por parte das ciências humanas e para a
necessidade de reformular essa relação, diminuindo essa centralidade humana.
Nos meios culturais, mais especificamente nas obras
de “land art” ou “earth art”,é possível observar esse debate a respeito da
relação Ser Humano e Natureza. um movimento artístico. Esse movimento artístico,
conhecido
pela utilização de materiais e meios naturais para a produção de obras de arte
surgido no final da década de 60, é uma das formas mais singulares de se tratar
da relação do homem com a natureza e da necessidade de reformulação dessa
relação. O termo “land art” foi definido em 1968 na exposição earth art, na Dwan Gallery, em Nova York. As obras artísticas desse movimento se
caracterizam principalmente pela utilização de materiais providos do ambiente
natural e por serem obras que não são expostas em museus (a não ser por
fotografias), estando diretamente ligadas ao ambiente; assim, o meio ambiente
se torna o espaço de exposição dessas obras, e a arte se torna diretamente
ligada a esse meio em que esta. O espectador também pode tomar um
posicionamento alem do apreciar, podendo entrar em contato com a obra e, ate
certo ponto, fazer parte dela. Dentre as obras, podem-se destacar como exemplo os
trabalhos Plataforma Espiral de Robert Smithson, Three Mountain de Agnes Denes,
e The Lightning Field de Walter de Maria, respectivamente:
Um movimento de “descentralização” pode ser
observado nas obras de “land art”, onde a junção entre o conceito humano de
arte e o meio natural aponta para a dependência humana da natureza, onde a
tecnologia e ate mesmo a existência humana somente é possível graças à presença
da matéria prima no meio ambiente. A possibilidade do apreciador da obra
interagir e fazer parte dela podem ser interpretados dessa forma, mas também pode
apontar para o que seria uma nova visão do homem com a natureza, onde o mesmo,
apesar de uma suposta superioridade, acaba por fazer parte dela, e necessita
assim, preserva-la.
Fonte:
https://www.ufmg.br/museumuseu/paisana/html/leituras/landart/01txt.htm
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