O imediatismo, a perda causada pela
aceleração, a virada do século e o advento da tecnologia são fatores que
contribuem para o imaginário de um passado repleto de grandes feitos que se
perdeu no curso do tempo. O crescimento das extremas direitas, o pedido pela
volta da ditadura e o apego pelo passado são exemplos claros dessa retomada
nostálgica e de certo modo, sintomática, que estamos vivenciando.
A mídia apoderou-se do passado,
desencadeando em uma cultura de massa, que juntamente com a onda nostálgica, encontrou
nele uma forma de lucro e apropriação por parte de produtos e produções
cinematográficas. De certa forma, essas apropriações tiveram como papel a compensação
dessa emergência exacerbada de saudosismos, de um lado há a compensação
saudosista e do outro há o lucro e a produção massificada. Como no caso da volta do vestuário retrô, o que é vintage é chique e está na moda e, por consequência, vende mais.
Portanto, essa ocupação do passado como um local de magnificência e conforto traz em questão a ideia de uma nostalgia artificial, onde a memória
é dada de forma trivial e glamourizada, ou seja, há uma mitificação em torno do
passado, de modo que ele é retratado de maneira superficial, com distorção dos
fatos e criação de novas narrativas, como no caso dos romances, das séries,
filmes, novelas e outras produções midiatizadas que contribuem e contemplam o
imaginário nostálgico dos indivíduos nesse século marcado pela aceleração.
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