Na
sociedade brasileira atual, estamos vivenciando um período de múltiplas
narrativas tão intenso, que muitas vezes não conseguimos discernir o que é
verdade ou o que é uma fakenews. Nesse sentido, me vem a mente a discussão
sobre os eventos, fatos e ficção abordada por H. White. Segundo ele, os eventos
se referem aos acontecimentos históricos propriamente ditos. Já os fatos
referem-se às análises históricas, políticas ou sociais que são feitas dos
eventos e a ficção aparece como análise mais abstrata destes eventos, como uma
forma de representação da realidade.
Mas pra que nos aprofundarmos nos
acontecimentos históricos? Já não superamos a história dos grandes feitos, dos
grandes homens? Talvez essas perguntas tenham um fundo de sentido, mas não há
como tratarmos da história contemporânea sem abordarmos os eventos. O Presente
está cada vez mais “dominado pela tirania do acontecimento” (NORA). Vivemos
hoje, o tempo da velocidade, onde tudo chega rápido e tudo se vai rápido.
Como lidar então, com este tempo,
chamado por François Hartog de “presentismo”, em que tem-se o evento e logo
junto dele os seus fatos? A contemporaneidade está a todo momento aprendendo a
lidar com as frequentes mudanças advindas dessa velocidade imposta por este
processo histórico, mas essa nova realidade trás consigo os perigos da perca da
legitimidade dos discursos históricos. Como podemos identificar então, em meio
a esse emaranhado de notícias malucas, que emergem desse negacionismo histórico,
o que realmente está acontecendo e o que é apenas ficção? Quais são as
possibilidades de contorno dessa situação?
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