quarta-feira, 13 de novembro de 2019

O evento histórico e a negação da ciência na sociedade brasileira atual


“Mas a ditadura não aconteceu!”, “A terra é plana!”, “O nazismo é de esquerda!” quem imaginaria, alguns anos atrás, que ouviríamos frases como essas no Brasil em pleno 2019? Estamos vivenciando um cenário onde é cada vez mais recorrente rupturas entre as identidades coletivas com suas interpretações da história e o conhecimento historiográfico.


Neste cenário, autores como Hayden White, surgem com provocações que nos possibilitam indagar em que medida ainda é possível dialogar as abordagens atuais sobre experiência e presença com as reflexões anteriormente feitas sobre narrativa, linguagem e representações. 

O questionamento dos eventos históricos, mais do que comprovados pelas ciências, nos vem à tona neste cenário de pós-modernismo em um movimento de pós-verdade e deslegitimação do conhecimento, onde este negacionismo, muitas vezes, se sobrepõe a qualquer argumento histórico e cientificamente embasado.  


Desse modo, ao refletir sobre o conhecimento histórico no cenário atual, fico me perguntando: até que ponto podemos aceitar os discursos proferidos em nome das opiniões individuais? Quais recursos a teoria e a historiografia podem usar pra tentar contornar tais discursos negacionistas? Qual nosso papel, enquanto historiadores, nessa construção de narrativas coletivas? Enfim, são muitas dúvidas que nos aparecem e que nos impulsionam a problematizar tal situação e a buscar possíveis soluções nesse incessante trabalho de pesquisa em que se é pautado o ofício do historiador...



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