“Mas a ditadura não
aconteceu!”, “A terra é plana!”, “O nazismo é de esquerda!” quem imaginaria,
alguns anos atrás, que ouviríamos frases como essas no Brasil em pleno 2019? Estamos
vivenciando um cenário onde é cada vez mais recorrente rupturas entre as
identidades coletivas com suas interpretações da história e o conhecimento
historiográfico.
Neste cenário, autores como Hayden White, surgem com
provocações que nos possibilitam indagar em que medida ainda é possível
dialogar as abordagens atuais sobre experiência e presença com as reflexões
anteriormente feitas sobre narrativa, linguagem e representações.
O questionamento dos eventos históricos, mais do que
comprovados pelas ciências, nos vem à tona neste cenário de pós-modernismo em um
movimento de pós-verdade e deslegitimação do conhecimento, onde este negacionismo, muitas vezes, se sobrepõe a qualquer argumento histórico e cientificamente
embasado.
Desse modo, ao refletir sobre o conhecimento histórico no cenário
atual, fico me perguntando: até que ponto podemos aceitar
os discursos proferidos em nome das opiniões individuais? Quais recursos a
teoria e a historiografia podem usar pra tentar contornar tais discursos
negacionistas? Qual nosso papel, enquanto historiadores, nessa construção de
narrativas coletivas? Enfim, são muitas dúvidas que nos aparecem e que nos
impulsionam a problematizar tal situação e a buscar possíveis soluções nesse
incessante trabalho de pesquisa em que se é pautado o ofício do historiador...
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