sábado, 23 de novembro de 2019

Passados, presente e memória

Desde o final do século XX podemos perceber uma mudança considerável no agir teórico prático cotidiano no que diz respeito à passados e como tratamos estes passados no presente.  Esta movimentação depende de uma atmosfera específica para que aconteça que determinará como ela ira ocorrer, se mais ou menos intensa, por sentimento de felicidade ou medo, por exemplo. Medo e culpa, sentimentos herdados do século XX transformam efetivamente a relação com os passados, que por uma ressignificação para o presente e no presente apresenta um novo sentido. Esse movimento de ressignificação poderia ser só mais um ao longo da história, porém, aliado a ele temos a percepção que este passado agora e comercializável e lucrativo. Explorando esses sentimentos e também outros como nostalgia, felicidade, angustia, ansiedade este passado torna-se produto. É produto do cinema, da indústria de jogos, de museus e espaços patrimonializados. Como qualquer outro produto será que o passado tem vida útil e pode ser descartadado a qualquer momento por outro passado, um passado que agrade mais o presente, que preencha o seu desejo ou apenas lhe dê a falsa sensação de preenchimento desse desejo, isso por que o tempo de permanência neste passado também é acelerado de forma que ele são seja capaz de oferecer o que realmente se espera de um passado.
Em contrapartida a este movimento de aceleração procura-se então a construção espaços de memória, Lugares de Memória se usarmos um termo de Nora. Há a necessidade desses lugares porque o os meios naturais de memória já não estão tão disponíveis quanto antes e também já não cumprem seu papel. Esses espaços, geralmente, representados pelo patrimônio cultural atuam como um ato sensível compensatório para esse desequilíbrio e estabilidade que se anseia. Chegamos então a um "boom" de espaços voltados a construção de uma memória, não há mais a necessidade que este espaço - seja um espaço físico ou um objeto - seja do passado, pode ser algo construído hoje mesmo, depende apenas de uma apreensão, acredito eu sentimental, sobre ele. Questiono-me então: Como, pra que e por que a memória?

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