quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O quadro Guernica como representação de um passado "que não morre"



           Sendo possivelmente um dos quadros mais emblemáticos já feitos, a obra Guernica, pintada em 1937 por Pablo Picasso, retrata o evento histórico do bombardeio da cidade de Guernica por parte da Alemanha nazista, feito em 1937, durante a guerra civil espanhola. O quadro provoca no observador as mais variadas sensações, desde o medo ate um estado de confusão; no entanto, dentre todos esses variados sentimentos provocados, com suas cores mortas e formas geométricas indefinidas, uma coisa na obra é certa: trata-se de um retrato do terror da guerra.
A pintura apresenta o que seria “vários pontos de vista” da tragédia de Guernica, onde, devido a uma questão estética da pintura cubista, coloca seu observador sob uma óptica de várias perspectivas diferentes, narrando os momentos antes, durante e depois da tragédia. Essa múltipla perspectiva contribui para a transmissão de um sentimento de confusão, colocando o expectador em frente da tragédia de forma que o mesmo se encontre completamente perdido e chocado.
Guernica é como um grito de desespero em frente a um poder destrutivo nunca visto antes; como dito pelo crítico Robert Rosenblum:
 Ela equivale a uma imagem do fim do mundo, sobretudo do mundo moderno, como o conhecemos. Um clarão ofuscante de chamas, em seguida a sensação do caos definitivo. Mulheres e crianças gritando, um touro, um cavalo, uma visão de choque e trauma que representa todo o nosso pavor à beira do abismo. Assim é o quadro Guernica: da forma mais impressionante e poderosa, ele anuncia a mensagem da guerra, do potencial destrutivo do século XX". 
        O quadro funciona como uma forma de lidar com um evento que a historiografia do século XX seria incapaz de lidar, cujas proporções ultrapassam a capacidade destrutiva que era conhecida até o momento, um prelúdio do que viria ser o terror da Segunda Guerra Mundial.

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