Lendo “O evento modernista” senti que muitos questionamentos que tenho foram se assentando no que o autor
propõe. Na atual conjuntura – e aí me vêm muito o que Mateus e Valdei falam no
livro “Atualismo 1.0: como a atualização
mudou o século XXI” – diversas ocorrências nos correm a ideia: “será que isto é um marco histórico?” ou
“agora a rumo da História mudou?”,
pela possibilidade de virtualização e acompanhamento imediato de tudo que
ocorre no mundo. Sinto que o mistério do devir e as incertezas da contingência, são
penetradas pela vontade de incessante de organizar esse presente, tentar
entender como essa linha do tempo atual será explicada no futuro – talvez não
tão longe.
Ao curso do texto, me veio em mente dois documentários nos quais nos
últimos tempos marcou meu imaginário. Fiquei pensando que, a redemocratização
da sociedade, que possibilitou vários agentes sociais terem suas vozes
escutadas traz o desafio de reorganizar nossas narrativas, analisar os
acontecimentos e superar suposições que até então foram mantidas firmemente
pelo Estado Nacional. A diluição do poder e a construção de novas cidadanias,
testam esse limite do que entendemos por democracia e me convida a repensar
quais tipos de organizações sociais nos foram negadas ou negligenciadas até
então.
O documentário da Petra Costa – “Democracia
em vertigem” – foi um momento em que essa linha do tempo imaginária foi se
construindo na minha mente. E aqui, se faz presente o que White disse quando:
“(...) O Modernismo resolve os problemas
propostos pelo realismo tradicional, isto é, de como representar
realisticamente a realidade, simplesmente abandonando o fundamento sobre o qual
o realismo é construído, em termos de uma oposição entre fato e ficção. ”
A distinção que o autor fala sobre “real” e “imaginário” e que é colocado
em suspensão ficou marcante nesse documentário, talvez seja pela possibilidade
de ver na televisão os desdobramentos de um acontecimento que vêm penetrando o
Existir desde 2013, onde foi possível a visualização dos mesmos acontecimentos
nos quais participamos intensamente.
Outro documentário que me veio à mente ao longo da leitura, foi o “Espero tua (re)volta” produzido pela
Eliza Capai e que retratada o envolvimentos dos jovens secundaristas na ocupação
das escolas em São Paulo. Tendo em consideração as problemáticas propostas no
texto e também os debates em entorno das discussões sobre redemocratização, visualizo o que Gertrude Himmelfarb diz com: “A História do jeito que você quiser” – representações da história nas
quais tudo é possível”. Fico pensando na potencialidade dessa
representação, onde jovens com subjetividades plurais puderam se expressar,
dando a esses acontecimentos a possibilidade de demonstrar suas experiências da
forma como foi vivenciada por tais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário