terça-feira, 22 de outubro de 2019

Olhares sensíveis pelo site do G1

Pierre Nora chamou minha atenção para algumas inquietações que venho me questionando. Nesse mundo onde tudo é transmitido ao vivo, como as tragédias que aconteceram nas escolas Realengo e Suzano ou o assalto ao ônibus na ponte Rio-Niterói, vão cada vez mais fortalecendo o imaginário de que vivemos numa sociedade sem saída, aumenta o medo e a insegurança.  


Fico pensando: como historiadora, como se deslocar desses sentimentos que nos trasversalizam, por estarmos nessa atmosfera, e fazer uma crítica a tudo isso que vem acontecendo? Talvez eu como jovem, ansiosa e medrosa, seja mais penetrada por esses sentimentos e seja uma dúvida que se relaciona com minhas crises existenciais. Pensando nisso, assisti um vídeo do Leandro Karnal, onde ele aponta que as tecnologias não são boas nem ruins, elas são uma técnica que está disponível para o nosso uso.

Viver num penetrado por informações e acessos constantes permitiu uma mudança de espaço de experiência. Talvez não tanto para quem já cresceu nesse espaço com essa formação, mas para as pessoas mais velhas, que cresceram num horizonte de expectativas e hoje vivem imersas nas multiplicidades do presente. A possibilidade de exercício de cidadania, pelo direito a opinião a diversos temas, ao Existir nas redes sociais, a quebra de paradigmas em relação ao gênero e raça, por exemplo, tenciona as formas pelas quais a escrita da História continuará sendo escrita. Coloca para nós um desafio – entendendo esse desafio sem dimensões do bom ou do ruim – sobre nossa possibilidade de escutas dessas vozes que por tempo estiverem em um silêncio ensurdecedor, de protagonizar outros agentes e temas, treinando nosso olhar para sensibilidades das quais não éramos sensíveis e trazendo nossa atenção para o óbvio que estava escondido.

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