domingo, 13 de outubro de 2019

O sensacionalismo nosso de cada dia

Meu avô todos os dias, fielmente, às 17h da tarde se senta em frente à TV para acompanhar os noticiários. Helicópteros, policiais, mocinhos, bandidos e matérias dramáticas de superação invadem a sala de TV e prendem a sua atenção de forma imersiva. Ele briga com os ladrões, xinga os políticos e chora pelas tragédias televisionadas, tudo isso em um intervalo curto de programação. Do outro lado, temos minha avó com seu celular em mãos recebendo correntes e notícias nos grupos de WhatsApp, tudo isso ao mesmo tempo dentro do mesmo ambiente.
Por meio das colocações feitas por Pierre Nora em "O retorno do fato" pode-se trazer à tona as questões que perpassam os sensacionalismos presentes em muitos noticiários televisionados, a espetacularização da notícia - como colocada pelo autor, proporciona aos telespectadores uma maior interação e um suprimento informativo, mesmo que o acontecimento seja imposto. Ou seja, o que causa em meu avô a fúria e a revolta com o que é noticiado diz mais respeito da forma que a notícia é dada do que as suas próprias convicções, uma vez que por trás do que é televisionado há uma certa tendência ideológica.
A produção em grande escala dos acontecimentos através do monopólio das informações por meio das grandes mídias, como no caso das emissoras de televisão, se tornou algo um tanto quanto problemático no Brasil. A partir do imediatismo que a internet proporciona, as notícias correm de forma mais rápida entre os brasileiros, o que transforma o acontecimento em algo gigante, uma vez que, há uma aproximação do evento com o imaginário e, consequentemente, o cotidiano dos indivíduos.
Mesmo com o advento da Internet e a rapidez em que circulam as notícias e informações, a televisão ainda se faz presente nos lares brasileiros, por meio de números canais abertos e fechados fornecem aos brasileiros entretenimento e informação diariamente. Através da internet e da televisão os acontecimentos passam a tomar uma proporção gigantesca, o que pode ser sintomático, pois essa expansão informativa pode tomar proporções alienantes e sensacionalistas.



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