Hayden
White em “O evento modernista” discorre que o evento não é algo que se é dado na
natureza, mas que vai se transformando ao longo do tempo. Dentro disso, a literatura assumiu um
papel importante nessa transformação, pois é por meio dela que a partir do
século XX se tem uma maior ficcionalização dos eventos, colocando-se em
suspensão a diferenciação entre o que é real e o que é fictício.
A
partir dessas colocações feitas por White, pode-se pensar em torno da
midiatização dos eventos históricos a partir das plataformas de streaming como a Netflix e algumas de suas produções que perpassam tais
acontecimentos: Vikings, The Crown e Versailles
são alguns exemplos dessa mescla entre história e ficção. De forma
ficcionalizada ou não, essas produções são um tanto quanto relevantes, uma vez
que elas são altamente prestigiadas pelos espectadores e, acabam moldando as
impressões a respeito dos eventos.
A
partir dessa reelaboração dos enredos, pode-se acrescentar romances, dramas e
outros fatores que complementam o enredo das tramas. Uma vez que, o interesse
pelas produções não parte pela temática abordada, mas sim, por todas as
peculiaridades que englobam a narrativa e que despertam a curiosidade de quem
está assistindo.
Por
fim, essa mescla entre história e ficção pode ser um tanto quanto sintomático,
uma vez que, a partir do enredo ela pode alterar toda a trama e, assim,
produzir uma alteração dos fatos ou uma interpretação por parte dos
telespectadores que seja um tanto quanto equivoca perante o acontecimento.
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