domingo, 20 de outubro de 2019

A ficcionalização dos eventos e o advento da Netflix




Hayden White em “O evento modernista” discorre que o evento não é algo que se é dado na natureza, mas que vai se transformando ao longo do tempo. Dentro disso, a literatura assumiu um papel importante nessa transformação, pois é por meio dela que a partir do século XX se tem uma maior ficcionalização dos eventos, colocando-se em suspensão a diferenciação entre o que é real e o que é fictício.
A partir dessas colocações feitas por White, pode-se pensar em torno da midiatização dos eventos históricos a partir das plataformas de streaming como a Netflix e algumas de suas produções que perpassam tais acontecimentos: Vikings, The Crown e Versailles são alguns exemplos dessa mescla entre história e ficção. De forma ficcionalizada ou não, essas produções são um tanto quanto relevantes, uma vez que elas são altamente prestigiadas pelos espectadores e, acabam moldando as impressões a respeito dos eventos.
A partir dessa reelaboração dos enredos, pode-se acrescentar romances, dramas e outros fatores que complementam o enredo das tramas. Uma vez que, o interesse pelas produções não parte pela temática abordada, mas sim, por todas as peculiaridades que englobam a narrativa e que despertam a curiosidade de quem está assistindo.
Por fim, essa mescla entre história e ficção pode ser um tanto quanto sintomático, uma vez que, a partir do enredo ela pode alterar toda a trama e, assim, produzir uma alteração dos fatos ou uma interpretação por parte dos telespectadores que seja um tanto quanto equivoca perante o acontecimento.

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