segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Pipoca - Texto - Operação Historiográfica: 

Em "Operação Historiográfica", capítulo 2 do livro "A Escrita da História", das várias reflexões que podem ser retiradas das questões abordadas por Michel de Certeau, talvez a mais importante e a que é o cerne da discussão seja o deslocamento da ideia de História como algo fora do seu lugar, exterior ao próprio objeto que estuda, ou seja, uma História sem historicidade, sem uma condição de ser-no-tempo, para uma condição de objeto de si mesma. Dada as especificidades dos séculos XVIII e XIX, com a Revolução Francesa, Revolução Industrial, consolidação dos Estados Nacionais dentre outros, a História, ou melhor, as Histórias, buscaram repostas Teórico-metodológicas para os novos desafios; uma História Iluminista que buscava se distanciar do passado para propor um "horizonte de expectativas" gestou cada qual a sua maneira as ideias de progresso seja no espectro Capitalista ou Marxista; uma Alemanha ainda inexistente ou recém unificada precisava de um passado e uma ideia de política como força motriz da ação humana, advinda com o Historicismo; um Imperialismo que precisava justificar seus empreendimentos coloniais usou de uma "marcha do espírito" rumo a liberdade sendo eles mesmo esse exército, dentre outros. Assim, na segunda metade do século XX, quando se descobre que a História também é fruto do seu tempo, começa a se questionar quais, como, onde, e por que se deram, de tal forma. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário