Koselleck, ao apresentar
o processo de temporalização e a semântica dos conceitos de movimento na
modernidade, evidencia a relação de dependência entre as experiências que
adquirimos e os atos de linguagem.
Quando lidamos com esse
processo da linguagem ao trabalhar com as histórias passadas, enfrentamos
também a necessidade de determinar as diferenças entre uma história que já
passou e a sua reprodução por meio da língua, que é feita no presente. As
condições e os fatores que entram na composição da história são exclusivamente
mediados por ela. Por isso, o autor atribui tanta importância ao seu papel no
plano da teoria e do método.
Desde o pós Revolução
Francesa, principalmente, o “tempo” exerceu influência sobre o conjunto da
linguagem, dando certo colorido ao que tangia o vocabulário político e social.
Nesse viés, a história cada vez mais se produz, pensa em si como nova e
reivindica um direito sempre crescente sobre o conjunto da história. Como
consequência, nada podia ser pensado sem que houvesse a argumentação e sem a força
dos conceitos, usados como instrumentos de controle do movimento histórico,
modificando a forma funcional da linguagem sociopolítica.
Quando lidamos com a
ideia de controle sobre os conceitos, podemos pensar o seu papel no estímulo de
formação de conceitos voltados para direcionar, cujo os fins exigem uma
perspectiva temporal de futuro. A temporalização oferece então subterfúgios,
que tem suas bases no próprio historicismo e, com a ajuda dos conceitos que
estão sempre em movimento, torna-se possível um certo desdobramento e
deslocamento dos mesmos.
Assim sendo, a partir do
intermédio da linguagem, escrevo a partir do que Koselleck propõe para pensar a
possibilidade de criação de conceitos novos ou na possibilidade reformular os
que já existem. Essa abertura no pensar e no reformular, por sua vez, são
causadas pelas mudanças sociais e políticas que estão acontecendo hoje. É de
fundamental importância entender que eles carregam uma possibilidade de
formação de consciência, da crítica ideológica e da determinação do
conhecimento.
Ao lidar com essa
possibilidade de mudança que está constantemente em movimento devido a contínua
alteração no nosso espaço de experiência e das projeções feitas no horizonte de
expectativa, trabalhamos também com a possibilidade de incluir e de inserir
novos conceitos, novas ideias e novas possibilidades de pluralidades dentro da
narrativa da história que, por muitas vezes e por muito tempo, foram negadas ou
silenciadas.
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