segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Pipoca 1 - "Uma entrevista com Ewa Domanska"

 A escrita enquanto ferramenta é instrumentalizada pela história de modo a permitir o acesso a temporalidades distintas da nossa. Viabilizando uma mediação entre sujeito e objeto canonizadas pela historiografia ocidental, de modo que se faz uma interpretação histórica de distintas culturas que, por vezes, não tem a escrita como núcleo comum de acesso e representação do passado, tal como é no Ocidente. Ou seja, possui outras ferramentas de acesso ao passado. Ewa Domanska ao defender uma vanguarda historiográfica considera esse aspecto da escrita, sendo, por isso, porta voz de uma demanda que há muito tempo já se faz presente na historiografia: A necessidade de trazer para o centro outras formas de manejo do passado, de forma a pluralizar as vozes que falam sobre esse objeto, tendo em vista que, por exemplo, para além da escrita os sujeitos deixam marcas ecológicas, possuem particularidades em lidar com as suas ancestralidades, fato que pode ressoar em sua lida com a história e dentre outras coisas, posicionam com diferentes grau de importância o tempo, a memória, a linguagem. No entanto, temos que o modo que se processa hoje a escrita da história se consolidou em torno de métodos em torna da escrita que em um primeiro contato se encontra fechado a inovações, como a sugerida por Domanska, porém é de suma importância que ela e também partidários dessa posição - de ampliar as vias de acesso ao passado-  se façam presente, a fim de, de um certo modo, legitimar o trabalho de pessoas que já pensam as temporalidades de maneira não ocidentalizada. 

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